terça-feira, 18 de maio de 2010

CONSTRUTIVISMO, um sistema adotado por países com os piores indicadores de ensino do mundo

Mais de 60% das escolas públicas e particulares no Brasil se identificam como adeptas do construtivismo. Matéria da revista Veja n.º 2164 de 12 maio, escrita pelo repórter Marcelo Bortoloti, traz a luz uma dura realidade.
 Enquanto países com altos indicadores de ensino, Inglaterra, França e os Estados Unidos abandonaram de vez o construtivismo, países com os piores indicadores de ensino do mundo, entre eles o Brasil, continuam adotando esse sistema.


Uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) desvenda um cenário obscuro. Ninguém sabe ao certo como o construtivismo funciona, muito menos saberia listar as razões pelas quais ele foi adotado ou deve ser defendido. Ele é definido erradamente como um “método de ensino”. O construtivismo não é um método. É uma teoria sobre o aprendizado infantil posta de pé nos anos 20 do século passado pelo psicólogo suíço Jean Piaget. A teoria do suíço deu credibilidade à concepção segundo a qual a construção do conhecimento pelas crianças é um processo diretamente relacionado à sua experiência no mundo real. Ponto. A aplicação prática feita nas escolas brasileiras tem apenas o mesmo nome da teoria de Piaget. O construtivismo tornou-se uma interpretação livre de um conceito originalmente racional e coerente. Ele adquiriu várias facetas no Brasil. Unifica-as o primado da realidade da criança sobre os conceitos básicos das disciplinas tradicionais. Traduzindo e caricaturando: como não faz frio suficiente na Amazônia para congelar os rios, um aluno daquela região pode jamais aprender os mecanismos físicos que produzem esse estado da água apenas por ele não fazer parte da realidade. Isso está mais longe de Piaget do que Madonna da castidade.

A experiência mostra que as interpretações livres do construtivismo podem ser desastrosas – especialmente quando a escola adota suas versões mais radicais. Nelas, as metas de aprendizado são simplesmente abolidas

O doutor em educação João Batista Oliveira explica: “O construtivismo pode se tornar sinônimo de ausência de parâmetros para a educação, deixando o professor sem norte e o aluno a mercê de suas próprias conjecturas”. Por preguiça ou desconhecimento, essas abordagens radicais da teoria de Piaget são a negação de tudo o que trouxe a humanidade ao atual estágio de desenvolvimento tecnológico, científico e médico. Sua ampla aceitação no passado teria impedido a maioria das descobertas científicas, como a assepsia, a anestesia, as grandes cirurgias ou o vôo do mais pesado que o ar. Sir Isaac Newton (1643-1727), que escreveu as equações das leis naturais, dizia que suas conquistas só haviam sido possíveis porque ele enxergava o mundo “do ombro dos gigantes” que o precederam. O conhecimento que nos trouxe até aqui é cumulativo, meritocrático, metódico, organizado em currículos que fornecem um mapa e um plano de vôo para o jovem aprendiz. Jogar a responsabilidade de como aprender sobre os ombros do aprendiz não é estúpido. É cruel.

Em um país como o Brasil, onde as carências educacionais são agudas, em especial a má formação dos professores, a existência de um método rigoroso, de uma liturgia de ensino na sala de aula, é quase obrigatória. A origem latina da palavra professor deveria ser um guia para todo processo de aprendizado. O professor é alguém que professa, proclama, atesta e transmite o conhecimento adquirido por ele em uma arte ou ciência. Nada mais longe que a realidade brasileira, em que menos da metade dos professores é formada nas disciplinas que ensina. À luz das versões tropicais do construtivismo, essa deficiência é até uma vantagem, pois, afinal, cabe ao próprios alunos definir com base em sua realidade o que querem aprender. É claro que um modelo assim já seria difícil funcionar em uma sala de aula ideal, com um mestre iluminado cercado de poucos e brilhantes pupilos. Nas salas de aula da realidade brasileira, é impossível que essa abordagem leniente dê certo. Adverte o doutor em psicologia Fernando Capovilla, da Universidade de São Paulo (USP): “As aulas construtivistas frequentemente caem no vazio e privam o aluno de conteúdos relevantes”.

Um conjunto de pesquisa internacionais chama atenção para o fato de que, em certas disciplinas do ensino básico, o construtivismo pode ser ainda mais danoso – especialmente na fase de alfabetização. Enquanto na pedagogia tradicional ( a do Bê-á-bá) as crianças são apresentadas às letras do alfabeto e aos seus sons, depois vão formando sílabas até chegar às palavras, os construtivistas suprimem os fonemas e já mostram ao aluno a palavra pronta, sempre associada a uma imagem. A idéia é que, ao ser exposto repetidamente àquela grafia que se refere a um objeto conhecido, ele acabe por assimila-la, como que por osmose. De acordo com a mais completa compilação de estudos já feita sobre o tema, consolidada pelo departamento de educação americano, os estudantes submetidos a esse método de alfabetização têm se saído pior do que os que são ensinados pelo sistema tradicional. Foi com base em tal constatação que a Inglaterra, a França e os Estados Unidos abandonaram de vez o construtivismo nessa etapa. O departamento de educação americano também o contraindicou para o ensino da matemática – isso depois de uma sucessão de maus indicadores na sala de aula.

Os responsáveis pelo sistema educacional desses países chegaram a uma mesma conclusão: a de que a adoção de uma filosofia que não se traduzia em um método claro de ensino deixava os professores perdidos, deteriorando o desempenho dos alunos. Hoje, são poucos os países ainda entusiastas do construtivismo. Entre eles estão todos os de pior desempenho nas avaliações internacionais de educação. Com seis de cada dez crianças brasileiras entregues a escolas que se dizem adeptas do construtivismo, é de exigir que diretores, professores, pais e autoridades de educação entendam como se atolaram nesse pântano e tenham um plano de como sair dele.

17 comentários:

  1. Acredito que tudo que foi concebido no passado (com certas ressalvas como CARATER) ficou obsoleto(nao sei se escreve assim). Hoje "temos" uma sociedade mais golbalizada e participativa.. ou era para termos... informaçao hoje vem de monte de todos os lados... nao tem como manter conceitos obsoletos em todas os aspectos temos de evoluir constantemente procurando manter equilibrio modernidade e clareza.... mudar é preciso !

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    1. Da pra ver que vc é fruto do sócio construtivismo, por isso defende. Confuso, analfabetismo funcional, não entende o que lê e não saber escrever. O construtivismo justamente em mundo globalizado limita seu aprendizado e conhecimento.

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  2. Concordo com vc "Barcelona" porque os países do primeiro mundo já abandonaram o Construtivismo? Temos que mudar, evoluir como vc falou.

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  3. Para o suíço Jean Piaget, que desenvolveu a teoria "Epistemologia Genética", o ser humano passa por estágios de desenvolvimento, no qual o conhecimento é resultado de uma interação do indivíduo com o seu meio. Conhecer os estágios de desenvolvimento infantil, que foram observados pelo epistemólogo por meio de diversas pesquisas, é de fundamental importância para a construção do conhecimento na criança. Concordo que o houve diversas interpretações sobre o construtivismo no Brasil, porém discordo totalmente da afirmação de que devemos "jogar fora" tudo o que foi produzido de conhecimento, uma vez que as teorias construídas historicamente pelo ser humano nos servem de aporte para a compreensão do mundo, não sendo de forma alguma obsoletas, muito pelo contrário, muitas delas são mais atuais do que nunca.
    Miriam Suleiman - Mestranda em Educação.

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    1. Mestranda em educação significa Doutrinadora oficial militante de esquerda comunista. Só esses hoje em dia defendem esse monte de baboseiras ideologicas que só servem para alienação, emburrecimento e doutrinação ideologica dos alunos. Se não porque as crianças estãl saindo da 6serie sem saber ler ou escrever e o Brasil está no ranking dos últimos lugares em educação no mundo.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Doutrina comunista, aliado ao construtivismo. Já no começo do texto eu senti que tinha algo errado, pq ninguem escreve "ponto", mas sim coloca o . Não é sério pfv, deixe eu advinhar seu voto, é 17 né. Eu nunca tive professor comunista tá, a prova é que eu nao sou comunista kkkk - - Blog do Ipigua esse estudou de verdade!!! Eu agarantio. Se remover o comentário nessa pagina que nunca mais entrarei, mostra que a pessoa não sabe conviver com a dialética, logo não sabe o que é ciência. Tudo de bom pra vc, só menos ódio tá.

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  4. Concordo com a Mirim mudar não necessariamente seguinifica trocar e sim aperfeiçoar.
    O Construtivismo é um sistema ultrapassado (se é que realmente está ultrapassado) não pela sua teoria e sim por sua aplicabilidade. Cabe a cada local aperfeiçoar os metodos de sua aplicação local.
    Miriam bom comentário mesmo não gostando da teoria de Evolucionismo. Que o homem passa por estágios até chegar ao ápice, do homen das cavernas até a civilização.

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  5. Obrigada Régis, o construtivismo no Brasil e também em outros países foi sim mal interpretado, mas não quis dizer sobre evolucão, e sim que na teoria de Piaget o indivíduo, ao longo de sua vida, passa por estágios de desenvolvimento, que Piaget evidenciou muito bem nas crianças. E sobre a teoria da evolução, segundo Darwin, não existe um ápice a ser atingido, somente os mais adaptados num determinado ambiente sobrevivem, e isso é obra do acaso. Também a teoria de Darwin foi distorcida por muitos, o que ocorre com diversos teóricos.
    Abraços.

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  6. Miriam muito obrigado pela informação.
    Mais o "evolucionismo" que eu referia não é o do Darwinismo e sim o evolucionismo social defendido por Herbert Spencer e outros que prega que o homem passa por etapas até chegar ao ser humano perfeito no caso o homem social passa do primitivo até chegar a civilizada como era conhecida a Europa, estes mesmos pensadores foram de modo quase direto responsaveis em atribuir a divisão de 1º mundo 2º mundo e 3º mundo a terra, justamente por nao agreditar que povo de um continente recem descoberto pudesse deter de alguma forma conhecimento de certas areas superiores a deles. Mais esta relação começou a mudar com as tentativas de Èmile Durkhein de buscar a "cientificidade" nos estudos da humanidades já que conviveu com as obras de Augusto Comte que era defensor do Positivismo que tinha como conceito a idéia que o conhecimento cientifico é o unico conhecimento verdadeiro. Durkhein desenvolveu a metodologia estudou varios comportamentos humanos e antes mesmo de falar em psicologia criou fatores que remetem a fatos psicologicos dos quais serviram de estudo para o renomado e conhecido "Freud".
    Mais ainda assim agradeço a informação sobre "Darwin" pois nao tinha conhecimento da obra do acaso defendida por ele e que nao se ve falar.

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  7. Sim, o evolucionismo de Herbert Spencer é também chamado de Darwinismo Social, uma vez o autor teve como base a teoria de Darwin sobre evolução para construir a sua. Também não concordo com o Darwinismo Social, e considero que ela seja uma distorção das bases biológicas evidenciadas por Darwin, onde ele destaca a "sobrevivência do mais apto", que na teoria da seleção natural defendida por Darwin depende do ambiente onde o ser vivo se encontra e não que exista uma linha de progresso evolutivo.
    Abraços.

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  8. Miriam e Régis, vocês conseguiram dar um banho de conhecimento e defesa de idéias. O assunto era Construtivismo, uma teoria sobre o aprendizado infantil, Jean Piaget. Defendido erradamente, por muitos, como um “método de ensino”. Sir Isaac Newton (1643-1727), que escreveu as equações das leis naturais, dizia que suas conquistas só haviam sido possíveis porque ele enxergava o mundo “do ombro dos gigantes” que o precederam. Ou seja, atrás do aluno tem o mestre, professor, detentor do conhecimento que ira passar a informação. A teoria de Piaget vem de encontro de como o aluno, nas suas várias fazes, abre melhor possibilidade para o processo de aprendizagem. Nesse sentido citaria Lev Vygotsky, o professor tem um papel de intervenção ativa e interfere no processo de aprendizado e desenvolvimento da criança. Vários fatores estão associados ao fracasso do ensino no Brasil e um deles no meu ponto de vista é o método de ensino que não é método é teoria.
    Gostaria de ressaltar e parabenizá-los , Miriam e Régis, que no “ombro dos gigantes” , Jean Piaget, Augusto Comte, Hebert Spencer, Émile Durkheim, Charles Darwin e Sigmund Freud, minha participação com Ley Vygotsky, vocês embasaram seus comentários. E o que é mais importante, deram sua opinião pessoal e um banho de conhecimento.
    Fica um dúvida. Nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, qual o legado que deixamos para humanidade? Utilizamos esse conhecimento para ajudar as pessoas? Ou simplesmente buscamos riqueza, status e poder? Ser um profissional consagrado com dinheiro, casa e um lar. Estamos fazendo a nossa parte? Ou olhamos a banda passar, sem opinar, sem pintar a cara e exigir melhorias para aqueles menos favorecidos?

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    1. Caso estes, a Miriam e o Régis, tenham conseguido dar um "banho de conhecimento", me perdoe, mas neste "banho" a água ou estava suja ou não usaram sabonete. Devagar sobre o construtivismo do Piagetm ou seja lá qual for o teórico, enquanto que o artigo fala sobre um método de ensino conhecido pelo mesmo nome, me parece falta de foco na discussão. O que se deve discutir não é a relevância da obra de tais pesquisadores, e sim qual é a manifestação das obras dos mesmos pelo mundo, que neste caso é o ensino( pois chamar de educação ou é piada ou é muita falta de orientação lógica ou alienação do conceito). Observe na história os gigantes do qual falava Newton e me responda, por que mudar?

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  9. Tadeu, quando Newton disse isso, ele estava se referindo ao conhecimento deixado por Copérnico Kepler e Galilei. Eles não foram exatamente professores facilitadores

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  10. Os maiores cientistas que estudaram nos EUA não são de lá.
    EUA tem o índice prox ao do Brasil!
    A cultura deles está se degradando com o TRAP música que vem dominando os jovens.
    Ou seja, qual é a real função da educação?
    Segundo Kant afastar o homem de sua animalidade. EUA não está nem perto disso, capitalismo selvagem!

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  11. Todo o sistema público de ensino, principalmente os Institutos Federais, estão infestados de militantes de esquerda, praticantes do "Socioconstrutivismo", como mudar isto? Não se pode demitir funcionários públicos, a solução seria o MEC intervir de fato, mas mesmo no MEC, apesar do atual governo, a militância socioconstrutivista de esquerda, domina o quadro de funcionários.

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