sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CARLINHOS O PESCADOR?

Não é brincadeira, conta ele que a briga durou mais de duas horas. “O braço chegou a dormir, formigar, mas eu consegui” comenta Carlinhos.


Chegamos cedo no rio, o sol começava a despejar os primeiros lampejos de luz. O reflexo nas águas cristalinas era dourado. A imagem, cena, era de filme, lindo, clima fresco, vamos armar as tralhas.

As primeiras horas foram de curtição, empolgação, o tempo foi passando e nada de nada. Nem um pequeno beliscão. Escuto aquele barulhinho tradicional, “thiiii” outro “thiii” o pessoal começou a abrir as latinhas de cerva. Olhei para os lados e já não tinha ninguém pescando, 11 horas. Logo em seguida o cheirinho, o tilintar da brasa, estava acessa a churrasqueira. Vamos Carlinhos, não tem peixe, vamos tomar uma. Não, eu vim pescar, sou pescador, vou pegar o meu, prometi para Inês que ia levar um peixão para ela assar. Deixa disso! Passou mais um tempo e o cheirinho do churrasco estava maravilhoso, 13 horas, nossa como o tempo passa. Chega o Zé e me traz uma cerva com um espeto de churrasco. Coloquei a vara na perna e peguei a cerva, hum... que gole, senti um tranco na perna, mordi o espeto e outro tranco. Não deu tempo de colocar a lata no chão, a frisão cantou e joguei lata espeto no chão. Agarrei a vara e gritei, E CARLINHOS PESCADOR. Todo o povo já estava na minha volta, a frisão comia solto e o povo gritava SERGURA PESCADOR.

Depois de duas horas o peixão pranchou, era enorme, lindo, um dourado de mais de metro. A turma aplaudiu, peguei ele no colo, estava exausto, arranquei o anzol e voltei ele para o rio. A turma começou a gritar, tá louco ele vai fugir. Comecei a reanimá-lo e aos pouco fui soltando. Um berreiro da turma, para, para! Não! Deixa ele ir embora! Afinal, sou conselheiro do meio ambiente, tenho que dar o exemplo. Todo mundo bateu palmas para mim. Ai acordei, tinha gente batendo palmas lá fora. Levantei e fui atender a pessoa.

A parte real, verdadeira, foi escrito lá em cima, no primeiro parágrafo. Demorei mais de duas horas para pegar o peixe , quando consegui meu braço chegou a dormir, formigar de tão pesado era o peixão. Estava na casa de um amigo, foi ele quem pegou o dourado, tinha tanta gente querendo pegar o peixe para tirar a foto, que foi o maior sufoco.

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